Traição, dor de cotovelo e potes de sorvete.

Traição dói!
Traição de amigos, princípios, amores...qualquer uma delas, dói.
Mas no topo das dores maiores, sempre estará a traição de amor.
Pode acontecer com qualquer um e apesar de no momento não parecer, um dia você vai esquecer.
Carinho? Diálogo? Identificação? O que faltou? Nem sempre dá para descobrir o real motivo. Quando acontece, os atos falam mais que as palavras.
E não é necessário catastrofizar a situação achando que ninguém é confiável. Nada de extremos! Isso pode nunca mais voltar a acontecer. Afinal, quem disse que todo relacionamento precisa dar certo? Se não deu, é porque não tinha que ser.

Sou contra aqueles que alimentam o desejo de vingança. Gasta a pele, tempo, pensamento e energia. Ou você se propõe a perdoar, esquecer e tentar de novo (só não vale dar várias chances para não perder o respeito) ou você vai cuidar da sua dor de cotovelo e partir pra outra.
Não será o fim do mundo e sim o começo de uma nova vida...e muitas vezes, uma vida bem melhor!

Mas caso você escolha a opção de continuar com a pessoa, é importante lembrar que o perdão não é conserto para os relacionamentos destinados ao fracasso. Se o motivo da traição foi falta de amor, não adianta dar uma segunda chance.
Por outro lado, usar o perdão para se passar por uma boa alma, enquanto prepara uma revanche de uma proporção nunca vista na história desse país... só vai retardar a cura para o seu sofrimento. Simplesmente, esqueça! É bem mais inteligente e menos nocivo para os dois lados.

Quando a mulher é traída o que pesa, verdadeiramente, é a deslealdade dos sentimentos. Quando o traído em questão, é o homem, o que pesa é o fato das pessoas tomarem conhecimento da situação. O problema deles é “todo mundo saber”. Qualquer homem acha essa exposição degradante.

Nestas espécies, o período de maturação do sofrimento e do seu grau de importância, é bem distinto. A rigor, os homens esquecem mais rápido e as mulheres sofrem por mais tempo, mas vale lembrar que há exceções!

É preciso respeitar cada etapa do processo de rompimento pós-traição e não tentar adiantar os capítulos. Tem a fase do desespero, a fase do “quero cortar os pulsos”, a fase “não acredito mais nas pessoas”, a fase que você irá para todas as baladas possíveis (todas mesmo!) só para tentar esquecer...
Enfim, todas elas serão necessárias para o seu crescimento emocional.
Mas você vai perceber que superou de verdade, quando chegar a tão sonhada e esperada fase da INDIFERENÇA.
Quando você encontrar a pessoa que lhe traiu, conseguir encará-la de frente e sentir uma vontade incontrolável de dizer: “Volta pro mar, Oferenda!”... aí você estará muito perto da fase "eu esqueci", que é a última e melhor de todas.

Mas...tudo tem dois lados!
E se quem traiu foi você? E se é você que está se envolvendo com uma pessoa comprometida? E se é você que é comprometido e está traindo a pessoa que te ama? O ângulo muda, concorda?
O algoz passa a ser uma pobre vítima que não conseguiu resistir aos encantos de uma nova e louca paixão. Nesses casos, é comum até defendermos a traição.
Quem diria, hein?!?

Somos assim: complicados, perfeitinhos e contra a traição...dos outros!

UPDATE: você pode estar se perguntando qual o sentido do “potes de sorvete” lá no título do post... é só uma dica para tornar a dor de cotovelo mais doce e geladinha!