Redirect By Betto Adami

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Brown e o Sarau

Quem mora em Salvador ou vem passar o verão aqui, conhece bem os eventos que tomam conta da cidade durante esse período.
A cidade se transforma em festa e todos os dias existe alguma coisa muito animada para fazer ou um “ensaio” para ir.

Eu entendia por “ensaio”, algo que era feito sem que o público participasse, para que no dia da apresentação as coisas estivessem na mais perfeita ordem.
Mas na Bahia, há um precedente para tudo! E eis que surgem os ensaios de verão, estes sim com a efetiva participação do público.
Quase todos os dias da semana tem um e você só fica em casa se quiser ou se não gostar de axé e pagode.

Além dos ensaios, outros artistas também fazem apresentações nessa época e como exemplo e assunto do post de hoje, temos: Carlinhos Brown ou Carlito Marrón ou Cacique...como queiram!

O Cacique não ensaia, ele realiza um sarau...o Sarau du Brown.
O evento movimenta um público bem diverso, pois você pode até não gostar de axé, mas Carlinhos Brown está fora de qualquer rótulo...o cara é, antes de tudo, a irreverência materializada em dreads, óculos escuros e agora em alguns músculos (o rapaz ta ótimo!).

Mas não estou aqui para tecer todos os elogios que dedico à Brown, pois esse texto ficaria imenso.
No Sarau do último domingo (31), algo me chamou atenção e resolvi relatar.

Um dos pontos característicos nos shows de Brown e da Timbalada, é a famosa volta no ghetto, no palco, no trio...onde for!
Quem não agüenta, fica de fora pois o movimento é puxado. Requer prática, habilidade e não é recomendado para quem não gosta de fortes emoções.
Já fui em muitos desses shows e fico de fora desse momento, o senso de auto preservação é acionado e os alertas indicam: “se plante!”.
Apesar de não ir, nunca tinha parado para observar as pessoas que estão dando a volta e nas reações de cada uma, até que me deparei com esta oportunidade.
Foi incrível!

A música começou, a galera se posicionou, quem não ia se encostou no canto mais seguro e Brown soltou a voz e os instrumentos.
Loucura total! Mas uma loucura boa, sem violência...só mesmo a alegria tem espaço nesse momento.
É a hora em que as patricinhas e burguesinhas se descabelam, quem é sério solta o sorriso, quem está indeciso solta a franga, quem já é decidido libera geral, gente que você encontra em eventos formais e que jamais imaginaria dando a volta...também vai!
Ninguém pensa em nada, só em “se jogar” e aproveitar esses minutos de entrega total à liberdade. Todos levam uma felicidade que salta aos olhos!

No final, o Cacique desce e faz a volta junto com os seus seguidores.

É lindo de ver e de sentir e até mesmo quem não gosta, precisa conhecer e respeitar essa manifestação perfeita de arte e alegria.

Afinal, “como Carlito, seguro no hay dos”.

3 comentários:

  1. Essa volta é simplesmente maravilhooosaaaaaa!!!! Só vc dando a volta no Museu pra saber q energia é essa que só a Timbalada e Brown nos prestigiam. Miga na ressaca Timbaleira estaremos lá juntas dando a volta no Museu.....
    Bjsssssssssssss
    Ivynhaaaaaaaa

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  2. Lôra vc disse tudo!
    Brown dispensa rótulos. O cara é foda mesmo.
    E a volta no ghetto (ou onde quer q seja), é uma experiência inenarrável..hehehehe
    Mais uma vez, post delicioso de ler :)
    BEIJO
    PS: agora já sei onde te encontrar!!!
    Léo

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  3. Apesar de Brow..
    Ele é um compositor impar, cantor empolgante e inteligente como poucos...
    Isso é ser artista.

    p.s: em dia com o blog

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