Não entendeu muito bem como conseguiu chegar até ali em um quarto frio de motel, muito menos o que aquele amontoado de músculos fazia sobre o seu corpo.
O sexo nunca foi tão ruim e tão necessário!
Procurou qualquer eufemismo que suavizasse a atitude de estar ali com um homem que não era o seu namorado, mas nada conseguiu minimizar a posição de algoz em que insistia em se colocar.
Exortada por uma série de razões, decidiu que era hora dele provar um pouco do veneno que servira à ela em doses paulatinas, durante aqueles anos de namoro.
Depois que, definitivamente, afastou as cortinas que usava para esconder todos os erros e traições do homem que amava, as pequenas virtudes que ele possuía não foram suficientes para evitar uma revanche.
Se permitiu trair!
Se deixou levar por um convite que sequer lhe despertava interesse, mas o desejo da alma, superou o da carne.
Traiu duplamente...à ele, por merecimento e à ela que cedeu o seu corpo para alguém que não lhe provocava nenhum desejo.
Se houve algum prazer naquele encontro, certamente não foi sexual.
E enquanto tentava corresponder com o corpo o que o coração repulsava, os pensamentos pareciam difusos e distantes dali...
Não pensava só na entourage de mulheres que já haviam passado pelas mãos do namorado infiel, enquanto ela vivia em função de um amor unilateral... lembrava também de todos os momentos em que precisou de atenção e não teve, de todas as vezes que perdeu a prioridade para qualquer assunto sem importância, de todas as noites em que tentou abraçá-lo e não houve receptividade, da forma grosseira que os seus carinhos eram recebidos, da falta de tato e sensibilidade na hora do sexo, de todas as vezes que desejou ouvir que era amada e não ouviu e dos momentos mais simples como os que precisava só segurar na sua mão e ele nunca estendia...ou entendia.
Olhando para o espelho do teto, não conseguia se encontrar naquela imagem.
Não era ela que estava ali... e essa conclusão não competia à uma crise moral, era apenas a constatação do que ela permitiu que fizessem com a sua vida e não foi condescendente ao se acusar como única culpada de todo aquele embrolho.
Quando acabou o sexo mais confuso e sem prazer que já teve, entendeu o que alguns homens sentem ao irem para a cama com uma mulher que não conhecem.
Desejou imensamente que entre todos aqueles botões que haviam ao lado da cama, existisse um EJECT, para que ela pudesse apertar e desaparecer dali da forma mais rápida possível.
Apesar de todas as sua ponderações, não saiu arrependida...nem fisicamente satisfeita.
Simplesmente achou que fez o que deveria ter feito.
Mas não queria fazer de novo... pior do que ter sofrido com a imaturidade e o egoísmo de um homem que amou, era se comparar à ele e viver praticando os mesmos atos.
Chegaria em casa e depois de um banho onde sentisse o corpo limpo e a alma lavada, esperaria o momento de encontrá-lo para colocar um ponto final naquela história que passava longe de um final feliz!
Depois de ter traído, entendeu menos ainda a infidelidade.
Pataqueparéu!!!!!!
ResponderExcluirMuito bom!
Bjo, Lorão
Andre
Mulher é tão idiota q não sabe nem trair..
ResponderExcluirMesmo qdo o cara é um safado, ela ainda fica se sentindo culpada.
Esse post é um RaioX... descrição perfeita!
Continuo lendo o seu blog, diariamente e adoro.
Beijos
Soraya
Traição? O que é traição? Ir para a cama com um homem que não te causa nada?
ResponderExcluirA única traição que vejo no texto é a de uma mulher que cedeu o corpo para aliviar a mente...Se o sexo, pelo menos,tivesse valido a pena o banho pós-coito seria mais prazeroso.
Mas mesmo assim, essa mulher tem toda minha admiração pela coração e lucidez de mesmo amando tirar o veú da perfeição que cobria o amado.
bjs
Amiga se me permite: TEXTO DO CARALHOOOOOOOOOOOOO!!!!! Muito bom!!!!!
ResponderExcluirHei de concordar com Lua, não houve traição já que lá estava apenas o corpo e não a mente...
bjssssss
Ivynha